Julgamento desnecessário: o afastamento do novo!

Durante o processo de criação do blog percebi que o corpo só manifesta aquilo que já está introjetado, ou seja, uma pessoa por mais erudita que seja precisa de tempo para introjetar os novos conhecimentos para posteriormente, permitir que este se manifeste na postura ou expressão facial. 

Alimentando o meu Instagram, fui olhar fotos antigas e fotos recentes que mostravam essa diferença entre o Luiz Roberto antes do AVC e o Luiz Roberto pós AVC. O que percebi ao olhar essas fotos foi um Luiz menos defensivo no pós AVC, isso se mostrou nas minhas expressões faciais e no meu corpo. 

Algumas pessoas ficam mais defensivas quando passam por um trauma, por exemplo um AVC, o que não foi o meu caso. O AVC, no fundo, me auxiliou a desarmar a defesa.  Quando desarmamos a defesa, a aparência fica com aspecto mais jovial porque a capacidade atencional em relação aos novos conhecimentos não passa pelo filtro do julgamento. 

Percebo que o Luiz Roberto de hoje, pós AVC, é um ser mais livre, o que significa que o que se apresenta aos meus olhos vai ser degustado com grande prazer. Tudo que é aprendizado, ou seja, novo tem um aspecto mais palatável agora porque consigo aceitar o novo sem restrições. Já o Luiz de antes, era cheio de si, tudo sabia e tudo já conhecia, não via novidade em nada e interpretava os outros a partir dos meus próprios valores. 

Diante disso, percebo que o AVC foi um grande professor porque a perda da mobilidade e da funcionalidade básica fez com que eu tivesse que usar mais o cérebro para continuar operando no meio. E como todo ser vivente quer se relacionar com o meio, tive que me readaptar e crescer, principalmente no aspecto emocional que é importante até para raciocinar. E para você que teve a intercorrência de um AVC e suas consequentes sequelas, ou você que passou por um trauma que também deixou sequelas, sugiro que você não se prenda a julgamentos, nem sobre você, nem sobre ninguém porque o julgamento cristaliza o raciocínio e o que é novo passa a ser julgado antes de você realmente conhecê-lo. 

Concluindo, a pureza dirige os olhos para o objeto que capta a atenção, quando você mascara o real interesse, você acaba perdendo a pureza e consequentemente a espontaneidade, tornando-se incapaz de agradecer a novidade com a qual você está sendo agraciado. Reflita sobre isso, e verá que o seu AVC ou a sua situação pós traumática tem mais a te mostrar do que você imagina. 

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