Profissionais de saúde ou anjos na Terra? / Health professionals or angels on Earth
Poucas profissões nos fazem refletir tanto sobre quem somos quanto a de profissional da saúde. A relação entre paciente e equipe de cuidados é uma das experiências mais intensas que alguém pode viver — tanto para quem cuida quanto para quem está em recuperação.
O atendimento em saúde vai muito
além do médico. É um trabalho conjunto de uma equipe multiprofissional composta
por médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos,
psicólogos e profissionais de enfermagem. Cada um tem um papel específico, mas
todos trabalham pelo mesmo objetivo: a recuperação e a autonomia do paciente.
Durante minha reabilitação, tive
o acompanhamento de três médicos:
- Dr. Bruno Budicin, clínico geral,
- Dr. Péricles Tey
Otani, fisiatra,
- Dr. Alexandre Haman, otorrinolaringologista.
Na fisioterapia, fui atendido por
Wagner, Andressa, Osmar e Ailson, com foco em
treinos de marcha.
- Wagner, além de fisioterapeuta, era o
coordenador da equipe e o elo de comunicação entre os profissionais.
- Andressa realizava sessões com
eletroestimulação combinada a exercícios.
- Osmar tornava os treinos mais leves com
atividades como jogo de sinuca, também usando eletroestimulação.
- Ailson ficou responsável pelos treinos de
marcha, que continuo até hoje com ele.
A terapeuta ocupacional Bruna
Magalhães teve papel essencial ao estimular minha independência em
atividades do dia a dia — como tomar banho, usar a cadeira de rodas, me
alimentar e escovar os dentes. Ela também incentivou minha autonomia cognitiva
através da criação de um blog e da digitalização de histórias infantis que eu
mesmo havia criado e gravado em fitas cassete, agora convertidas para MP3.
Essas histórias nasceram de conversas com uma amiga escritora e tinham o
objetivo de entreter e acalmar meus filhos.
As fonoaudiólogas atuaram
no processo de deglutição, essencial não só para segurança alimentar, mas para
estimular a neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de se reorganizar.
Os psicólogos trabalharam
em duas áreas fundamentais:
- Prevenir e tratar a depressão;
- Estimular funções cognitivas e executivas,
fundamentais para a autonomia.
Já os cuidadores, com
apoio dos profissionais de enfermagem, desempenharam funções essenciais e
personalizadas no dia a dia do cuidado.
No fim das contas, conhecimento
técnico é indispensável, mas nada substitui a qualidade do relacionamento
entre profissional de saúde e paciente. É esse vínculo que torna o
tratamento mais eficiente, humano e, muitas vezes, decisivo para a recuperação.
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English text version:
Few professions make us reflect
so deeply on who we are as the healthcare profession. The relationship between
a patient and their care team is one of the most intense and revealing
experiences one can go through — both for those giving and receiving care.
Healthcare goes far beyond the
role of the doctor. It is the result of a collaborative effort by a
multidisciplinary team composed of physicians, physical therapists,
occupational therapists, speech therapists, psychologists, and nursing
professionals. Each has a specific role, but all work toward the same goal: the
patient’s recovery and autonomy.
During my rehabilitation, I was
cared for by three doctors:
• Dr.
Bruno Budicin, general practitioner
• Dr.
Péricles Tey Otani, physiatrist
• Dr.
Alexandre Hamam, ENT specialist
In physical therapy, I was
supported by Wagner, Andressa, Osmar, and Ailson, with a focus on gait
training.
• Wagner,
in addition to being a physical therapist, was also the team coordinator and
communication bridge between professionals.
• Andressa
conducted sessions combining electrostimulation with physical exercises.
• Osmar
made lighter sessions by including activities like billiards, while also using
electrostimulation.
• Ailson
was responsible for gait training, which I continue with him to this day.
Occupational therapist Bruna
Magalhães played a crucial role in helping me regain independence in daily
activities — such as bathing, using a wheelchair, eating, and brushing my
teeth. She also encouraged my cognitive autonomy by supporting the creation of
a blog and digitizing children’s stories I had written and recorded on cassette
tapes, now converted to MP3. These stories were meant to entertain and soothe
my children. Later on, inspired by conversations with a friend who writes
children's books, they were converted to texts.
The speech therapists worked on
swallowing, which is essential not only for safe eating but also for
stimulating neuroplasticity — the brain's ability to reorganize itself.
The psychologists addressed two
key areas:
1.Preventing and treating depression
2.Stimulating executive and cognitive functions, which are essential for autonomy Caregivers, with the support of nursing professionals, carried out essential and personalized care tasks on a daily basis.
In the end, technical knowledge is indispensable, but nothing replaces the quality of the relationship between healthcare professionals and patient. It is this bond that makes treatment more effective, more human, and often, truly transformative in the path to rehabilitation.
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