Viajar é bom!
Viajar é uma atividade de auto cuidado, é um momento em que você cuida de você.
Há várias modalidades de viagens: viagens de lazer, viagens à trabalho, viagens à estudo, viagens para visitas familiares, dentre outras.
Na minha retomada pós AVC procurei fazer uma viagem com objetividade e segurança. No âmbito da objetividade procurei um local onde minha presença seria apreciada ( no meu caso fui a um evento/curso da Pró Vida em Nova York).
Para pensar na minha primeira viagem pós AVC tive que planejar bastante pois eu não dispunha da flexibilidade de outrora para resolver coisas inesperadas. Além disso, o excesso de confiança que marcava minha personalidade antes do AVC e servia como uma reserva para solução de problemas inesperados hoje já não existe e nem me marca mais. Hoje, pós AVC, percebo que tenho mais consciência e menos impulsividade, visto que, a minha fragilidade é presente no meu dia a dia. Agora sou mais prudente e menos impulsivo porque “quem não anda na frente, corre atrás“ e o planejamento tornou-se meu aliado e me trouxe a certeza de que tudo dará certo.
Planejar envolve tempo, dedicação e paciência. Você tem que estar atento aos detalhes e se puder leve um acompanhante para ajudar nas situações inesperadas. Dica: Este viajante cuidador, está previsto em lei federal que faculta 80% de desconto nas passagens aéreas. O viajante (que pode ser cadeirante como eu) paga a passagem integral. O viajante paga primeiro sua passagem e após pode solicitar a companhia aérea o desconto para o cuidador e a resposta é imediata.
Outra dica é que você pode deslocar-se com sua cadeira de rodas até a porta do avião. Chegando lá, os assistentes da companhia aérea vem auxiliar e você é transferido para outra cadeira de rodas de menor porte, especial para cada aeronave e que leva em conta principalmente a acessibilidade aos corredores e banheiro. Os comissários de bordo auxiliam neste deslocamento e inclusive existem algumas aeronaves que possuem barras de apoio no toilet (banheiro). Conforme o seu destino, caso opte por não levar sua cadeira existe a possibilidade de locação de cadeiras de rodas. No meu caso, quando fui para Nova York aluguei uma scooter motorizada que me possibilitou maior independência e liberdade durante a viagem. O que me chamou atenção em NY foi a acessibilidade da scooter pelas ruas e também dentro de restaurantes, inclusive no acesso às mesas.
Na primeira vez que viajei a minha cadeira de rodas (que é transportada no bagageiro) sofreu várias avarias mas que não chegavam a impedir o uso do equipamento. Reclamada à companhia aérea, esta ressarciu financeiramente os danos ocorridos. Isto não afetou minha motivação de viajar considerei uma coisa normal e assim tem sido nas demais viagens que venho fazendo.
Meus filhos são os meus atuais planejadores e colegas de viagem o que só vem a fortalecer nossa relação. Somos um time, como diria minha filha.
E concluindo, o que posso afirmar é que VALE A PENA CADA INSTANTE! Viajar é bom e ninguém deveria deixar de fazer isso, independente da sua condição física, cognitiva e emocional.
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